quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Arquitetura Parnaibana


Casa Inglesa





A arquitetura surgiu quando o homem sentiu necessidade de se proteger das intempéries e ao longo de sua evolução foi produzida em um cenário de grandes sonhos e conquistas.
Essa arte da construção encontra-se presente em Parnaíba, apresentando diversos estilos arquitetônicos, como barroco, neoclássico, eclético, moderno, art déco e nouveau. De acordo com estes estilos ressaltam-se alguns locais como: Porto das Barcas, Cartório Bezerra, Velho Sobradão, Solar de Dona Auta, Casa Inglesa, Catedral de Nossa Senhora das Graças, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Praça da Graça, Centro Cívico Lauro Correia, Mercado Público Municipal, e os casarões de estilo eclético.
Dentro da arquitetura civil, em Parnaíba, destaca-se o Espaço Cultural Porto das Barcas, conjunto de antigos armazéns, com uma construção de pedra bruta, argamassa de cal, ostras, óleo de baleia, coberturas de carnaúba e assoalhado de tabuado claro-escuro e corrido. Os passeios são revestidos de “pedra de jacaré”. O Porto das Barcas abriga atualmente casas comerciais, lojas de artesanato, restaurante, pizzaria, sorveteria, auditório, teatro ao ar livre, mini museu, pousada e agência de turismo. Em meados do século XVIII, a extração da cera de carnaúba atingiu seu apogeu neste local. Durante essa época foram construídos os edifícios de beleza rústica, de estilo genuinamente parnaibano, isso pelo fato de ter sido construído sem a pretensão de se tornar o belo conjunto arquitetônico de hoje. Esses centros comerciais foram edificados um ao lado do outro gerando três grandes blocos que se interligam através de ruelas, totalizando uma área aproximada de 10.000 m².
O Cartório Bezerra, propriedade de Senhora Maria Cristina Mendes Bezerra Sousa, apresenta uma rica arquitetura. Segundo D. Lúcia, irmã da proprietária e tabeliã do Cartório, o prédio fora construído em 1925, nessa época o seu residente chamava-se José Ribeiro, com a morte deste o edifício foi vendido, passando a ser Secretaria de Fazenda e em seguida uma construtora. Mais tarde a atual proprietária comprou o prédio em 1983, onde desde então funciona o Cartório Bezerra. Preserva a mesma estrutura de outrora: piso, cores, portas, e janelas.


Sobradão (Antiga Casa de Luiza Amélia)


O Velho Sobradão, atual colégio Dez, data do final do século XVIII, onde residiu por alguns anos a primeira poetisa de Parnaíba, Luísa Amélia Queiroz Brandão, considerada a Princesa da Poesia Romântica do Piauí. Este Sobrado serviu de Prefeitura Municipal e de clube do trabalhador, apresenta uma construção sólida, fachada de azulejo azul, grades de ferro e portas em forma de arcos, típicos traços do estilo Colonial.
O sobrado de Dona Auta serviu segundo alguns historiadores como Quartel na época colonial. A partir de informações prestadas por Ailton Vasconcelos Pontes, a casa pertenceu à dona Auta, uma linda mulata que até hoje encerra uma lenda. Também foi Capitania dos Portos; e em 1918 serviu de sede para o Banco do Brasil, e ainda funcionou como o colégio Miranda Osório. O Prédio fora tombado, apresentando as mesmas características, fachada beiral, seis janelas com sacadas de ferro com uma saleta no alto do edifício.



Casa Grande de Simplício Dias da Silva



A casa grande, primeiro casarão construído em Parnaíba, foi residência de Simplício Dias da Silva. Essa construção data de 1777. Sofreu influência da arte portuguesa, atualmente encontra-se em estado de degradação. Apresenta uma concavidade de “lioz” com arabescos, possui três pavimentos e é ligado à matriz de Nossa Senhora da Graça por galerias internas. Na Casa Grande de outrora reinava o luxo, excessivas mordomias e saraus. Hoje reinam os morcegos, num “depósito de lixo”. Parnaíba teve um projeto aprovado que beneficiou este casarão, tombado a nível Municipal, Estadual e agora Federal. Espera-se em breve em Parnaíba o tão sonhado e idealizado Museu parnaibano.
O casarão do comerciante inglês Paul Singlehurst (Casa Inglesa), data do século XIX, serviu ao longo dos séculos XIX e XX como centro comercial. Possui imponentes sacadas de ferro fundido estrangeiro e encontra-se preservado pela descendente dos antigos proprietários, Sra. Ingrid Clark. Foram utilizados na construção: cal de ostras, óleo de baleia e madeira originária do Pará. Apesar de não revelar suas formas arquitetônicas originais, o seu aspecto lembra um sobrado da arquitetura luso-brasileira. Foi substituído pelo decorativismo em seu estilo neoclássico. Na lápide existente sobre a porta principal, onde se lê: “1814-1820”, nos leva a crer que data a chegada dessa modernização no estilo de vida da cidade.
Na arquitetura religiosa de Parnaíba destacam-se as igrejas: Catedral de Nossa Senhora da Graça, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, São Sebastião e São José. A primeira teve sua construção iniciada em 1770 por Domingos Dias da Silva, e concluída em 1795 por seu filho Simplício Dias da Silva, possuindo características arquitetônicas do barroco, com arcos plenos; duas portas com pedra nobre de cantaria; arco da capela do Santíssimo Sacramento com pedra de “lioz”. A pintura do forro não é original. O altar da imagem com pedestal no estilo rococó foi construído por João Paulo Loyne. Nesta catedral, encontram-se os jazidos do fundador da cidade e seus dois filhos, Simplício Dias da Silva e Raimundo Dias da Silva.



Igreja do Rosário

A Igreja do Rosário, rústica e bela a foi construída no século XVIII, era freqüentada exclusivamente por escravos, que não podiam freqüentar cerimônias religiosas em companhias dos brancos. A sobra do material usado na matriz de Nossa Senhora da Graça foi aplicada na construção da igreja do rosário.
Na arquitetura paisagista destacam-se em Parnaíba: a Praça da Graça e o Centro cívico Prefeito Lauro Correia. A Praça da Graça, mais antiga de cidade, é considerada o coração de Parnaíba. Na década de 40 e 50, esta possuía alamedas simetricamente desenhadas, com palmeiras imperiais e ao fundo a Igreja de Nossa Senhora da Graça. Na década de 70, este cenário exuberante foi destruído em nome do progresso, construindo-se em seu lugar uma praça de poucos atrativos visuais. Atualmente é centro financeiro da cidade. Na praça de outrora um cenário harmonioso e romântico, hoje não possui a mesma estética original.
O Centro Cívico Prefeito Lauro Correia compreende um conjunto arquitetônico construído para abrigar as concentrações cívicas da cidade, projetado pelo engenheiro Régis Atayde Couto. É constituído de um panteão, no qual se salientam os prismas triangular e retangular e a pira, representando o passado, presente e futuro da cidade. Este monumento foi construído com pedras dos 115 municípios piauienses, simbolizando assim a união entre eles.




Mercado Público Municipal (Antiga Quarenta)


Iniciado sua construção em 2005, o Mercado Público Municipal foi edificado pela arquiteta Rosalina Veloso, que se inspirou no Mercado de Sobral (Ceará), e em moldes internacionais. O novo Mercado possui um estilo arquitetônico moderno, com pisos de granito polido. O teto é revestido com uma estrutura metálica, com placas de aço e barras de ferro retorcido. A estrutura interna dessa edificação possui em suas paredes azulejos que estão postos com o intuito de manter uma higienização permanente, possui saídas de ar para manter o ambiente sempre arejado. Pode-se destacar também que em termos de segurança há várias saídas de emergência.

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